sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Autoexame revela 90% dos casos de descoberta do câncer


Prevenção é essencial para mulheres e homens, pois ambos correm os mesmos riscos

Foi por meio de um autoexame que Gracilia Vanny Furtado descobriu que tinha câncer de mama. Hoje com 52 anos, a depiladora conta que ficou abalada com a notícia, dada sem a devida atenção. "Foi um choque muito grande, ainda mais porque ela veio de um médico extremamente grosso, sem respeito algum pelo ser humano", conta. "Ele foi seco comigo, dizendo que eu estava com câncer e teria que tirar meu seio todo. Comecei a chorar e estava crente que iria morrer", desabafa.

Para driblar o sofrimento e ir em busca de uma chance de tratamento, Gracilia optou por mudar de médico, que lhe tranquilizou diante da situação delicada pela qual ela estava passando. O oncologista André Luiz P. Tófoli revela que o autoexame é de grande importância, afirmando que 90% dos casos da descoberta da doença ocorrem desta forma.

Também foi deste modo que Kamila Rodrigues descobriu um nódulo no seio. Hoje com 22 anos, a moradora de Franco da Rocha tinha 16 quando fez o exame de toque. Sua iniciativa foi motivada porque sua mãe também havia tido câncer de mama.

Duas mamografias por ano e ultrassonografia nas mamas já fazem parte da rotina de Gracilia. Ainda assim, ela confessa que a quimioterapia é a parte mais difícil do tratamento. "Por causa das reações, como perda de cabelo, enjoo, cansaço, dor de cabeça e muito mal-estar. A radioterapia queima o corpo, então a região do corpo que está passando pelo tratamento fica queimada. É como se fosse uma queimadura mesmo, incomoda demais!"

O médico André aconselha que, logo após sentir um nódulo, a primeira providência que o paciente deve tomar é procurar seu ginecologista: "É preciso contar para ele onde sentiu. Ele vai te examinar e tomar as devidas providências, como passar você para um oncologista e fazer uma biópsia”.

As formas de tratamento variam de acordo com a agressividade do câncer, mas geralmente quimioterapia e radioterapia são as mais utilizadas e recomendadas pelos médicos devido a sua eficácia. No caso de Kamila, a situação foi menos complexa. Seis meses após a descoberta do nódulo no seio, os médicos descobriram que ele era benigno. Foi realizada apenas uma cirurgia localizada, com duração de 45 minutos. Para prevenir-se, ela realiza exames de ultrassom a cada seis meses.

"As pessoas ainda sentem muito medo do câncer, mas a medicina evoluiu muito e são raros os casos em que não conseguimos salvar um paciente. O tratamento está mais fácil e acessível para todas as pessoas", alega o médico André.

Gracilia confessa que ainda está tentando superar a doença. "Tenho depressão e vivo com medo de tê-la novamente. O câncer é muito agressivo ao corpo e à cabeça. Não será fácil superar, mas conto com o apoio da minha família e da minha fé." Para ela, apesar das complicações, a vida continua normalmente após o tratamento, exceto pelas medicações – que precisará tomar por pelo menos cinco anos seguidos.

Os homens, por sua vez, também devem manter-se em alerta, pois não estão livres da doença. "Os homens também têm que fazer o autoexame e estar sempre se prevenindo. Caso sintam algo diferente, devem procurar um urologista. É um caso normal e igual ao da mulher", alerta André, explicando que o tratamento é o mesmo para ambos os sexos.

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