terça-feira, 6 de julho de 2010

Entrevista: Jair Oliveira



Cantor acaba de lançar o musical infantil "Grandes Pequeninos" ao lado da esposa Tania Khalill

Aos 35 anos, o cantor e compositor Jair Oliveira já tem uma carreira mais do que consolidada. Sua vida artística começou cedo: quando criança, fez parte do grupo "Balão Mágico" durante a década de 80.

Daí para frente, Jair não parou mais. Hoje, com mais de dez CDs/DVDs gravados, ele acaba de lançar-se no espetáculo "Grandes Pequeninos". Em cartaz no "Teatro Folha" desde o dia 2 de abril, o musical infantil foi baseado no livro-CD homônimo, lançado por Jair e sua esposa, a atriz Tania Khalill, em 2009.

"Quando nossa filha Isabela nasceu, eu fiz essas canções estritamente para cantar para ela", explicou o cantor, em entrevista ao Famosidades. Seu trabalho como compositor se deu com base nas suas experiências ao lado de Tania, ambos pais de primeira viagem. A pequena Isabela nasceu em julho de 2007, tornando-se fonte de inspiração para todo esse trabalho.

Além da peça, Jair contou que seu ano começou bastante acelerado. Além de ter lançado em janeiro - ao lado da sua irmã Luciana Mello - o DVD "O Samba me Cantou", o músico vem com mais uma novidade. O trabalho trata-se de um livro-CD com 17 faixas inéditas, além das 130 páginas sobre o processo de produção e making off do disco.

Filho do também cantor Jair Rodrigues, ele conta que não foi tão simples assim consagrar-se como um dos nomes da música brasileira. "No começo da minha carreira, muita gente olhava com desconfiança. Não é porque você é filho de alguém de carreira bem sucedida que você não vai lutar por reconhecimento. Às vezes, é até mais difícil", comentou.

Confira na íntegra a entrevista com Jair Oliveira, que falou a respeito da peça que acaba de estrear, família, próximos projetos e, é claro, sobre os grandes trabalhos ao longo de sua carreira.

FAMOSIDADES – Ao lado da sua esposa, Tania Khalill, você acaba de se lançar no teatro na peça "Grandes Pequeninos", baseada no livro-CD lançado por vocês em 2009. Como surgiu a ideia de transformá-lo em uma peça de teatro?

JAIR OLIVEIRA – A ideia, na verdade, surgiu muito espontaneamente. Quando nossa filha Isabela nasceu, eu fiz essas canções estritamente para cantar para ela. Eu não tinha nem a intenção de transformá-las em um disco. Foi num momento em que a gente estava ali com ela nos primeiros meses de vida, então tinha música da hora do banho; quando eu passeava com ela, outra música. Mas depois isso começou a gerar uma vontade de transformar tudo em disco. Então eu chamei uns amigos para me ajudar – Seu Jorge, Simoninha, Max de Castro, Vanessa Jackson, Pedro Mariano, meu pai [Jair Rodrigues], minha irmã [Luciana Mello] – e todos eles toparam com o maior carinho do mundo, até por se identificarem com a ideia. Depois, quando lançamos o livro-CD, a ideia estava muito mais madura. A Tania mostrou o projeto ao diretor do Teatro da Folha, Isser Korik, que se encantou com a ideia e decidimos transformar tudo isso no espetáculo “Grandes Pequeninos”.

Você precisou de algum tipo de preparação para se lançar no teatro? Se não me engano, é a primeira vez que você trabalha dessa forma, em espetáculo teatral.

É, não chega a ser de fato a minha primeira vez, porque eu já fiz participações no teatro, de outros gêneros. Mas é algo muito diferente da peça porque, apesar de a ideia principal estar baseada na música – que é o mais importante na história – é tudo pensado como se fosse um show, só que com cenas. Para essa montagem das cenas, a gente teve três ou quatro meses de ensaio intenso: cinco a seis horas por dia, cinco vezes na semana. Então, foi um processo intenso para todo mundo, não só para mim, até porque eu já atuei no cinema, na TV. Então, é uma linguagem que eu já estou acostumado. Além disso, pensamos no espetáculo muito mais como um show do que como uma peça. Enfim, foram ensaios muito intensos, um processo longo mas muito válido porque eu acho que todo mundo aprendeu bastante.

Essa é a primeira vez que você trabalha, de fato, ao lado da Tania num projeto, certo?

É a primeira vez que a gente contracena, mas a gente já fez trabalhos juntos de diversas formas, como tirar fotos para campanhas, comerciais... Então, é a primeira vez no teatro. Estamos sempre trabalhando juntos, independente de estarmos juntos no palco em si. Quando a Tania trabalha em novela, eu sempre a ajudo a passar texto, ajudo a compor a personagem... E quando estou gravando um disco, ela ouve as músicas, dá conselhos... É bacana!

Pretende repetir a experiência?

Na verdade, a ideia desse projeto “Grandes Pequeninos” é seguir a idade da minha filha. Agora ela já está com 3 anos, então, tem canções que já não fazem tanto sentido para ela – até porque ela já não mama, por exemplo. E tem outras canções que não entraram no disco, mas que agora fazem parte da realidade dela, porque ela já está começando a fazer, como escovar os dentes, comer sua comidinha... São coisas que fazem mais parte hoje em dia do cotidiano dela. A intenção desse projeto, então, é ter um “Grandes Pequeninos 2”, com outras músicas, com outra história. De repente até um “Grandes Pequeninos 3”... Mas não agora! Até porque, com esse espetáculo, talvez a gente faça um DVD lá para o começo do ano que vem.

Como está sendo a repercussão do trabalho? O público tem aprovado?

É um projeto que nasceu do amor de um pai de primeira viagem. Isso é transmitido tanto no disco, quanto no livro, quanto na peça. As pessoas, pelo menos as que vêm falar com a gente, percebem que é um negócio legítimo. É um projeto infantil que nasceu com a nossa filha. Tem muito desse amor, desse carinho que a gente tem e é transmitido na peça. Então a reação do público tem sido maravilhosa! Não só do público adulto, mas também das crianças, que se sentem maravilhadas. Minha própria filha não se interessou muito pelo projeto logo de cara – acho que até pelo fato de ela ver o processo todo. Depois, quando viu a peça, ela se encantou! Até pede para cantar as músicas todas. Além disso, diariamente eu recebo mensagens de mães, de pais que adoraram a peça e se identificam muito com as situações que gente apresenta ali. Tem sido uma experiência ótima; é uma alegria fazer esse espetáculo. A gente sempre se entrega muito, mas com esse espetáculo tem algo a mais, até pelo fato de termos feito isso para a nossa filha.

Vocês têm planos de ter mais filhos, para expandir essa experiência de pais de primeira viagem?

Ah, acho que depois que você tem um filho, a vontade é ter mais, mas a gente não sabe ainda. Filho é muito bom, é algo que te renova, é maravilhoso. Só quem tem sabe como que é essa reação de amor e total entrega que você tem. É claro que, agora que a gente já teve a Isabela, a vontade é ter mais, mas a gente não sabe ao certo ainda quando.

Além da peça, em que outros projetos você está trabalhando atualmente?
Tem um monte, graças a Deus! Este ano começou tudo muito acelerado, até por conta dos ensaios para o espetáculo. Mas isso também porque, no comecinho do ano, em janeiro, eu lancei um DVD com a minha irmã. E só agora que a gente está começando a divulgação desse projeto chamado “O Samba me Cantou” – um show meu e dela que foi transformado num DVD. Além dele, chegou às lojas um novo projeto meu. Chama “Sambazz” e é basicamente um livro que vem junto com um CD. Ele tem quase 130 páginas onde eu explico todo o processo de produção e making off do disco de mesmo nome, esse com 17 faixas, todas inéditas.

Com relação a trabalhos conjuntos, como que se dão esses projetos entre você e Luciana Mello?

Eu produzo todos os discos dela, por exemplo. A gente já está muito acostumado a trabalhar um com o outro, mas essa é a primeira vez que nos apresentamos como artistas, juntos, no mesmo palco. Nesse projeto, não sou eu produzindo ela.

Seu primeiro álbum solo foi "Dis'ritmia", lançado em 2000. O que mudou na sua forma de trabalhar desde aquele ano até o "Sambazz", seu projeto mais atual?

Não sei te dizer exatamente o que foi que mudou; mudar, certamente, mudou. Quando eu gravei o “Dis’ritmia” eu estava com 24 anos, tinha acabado de voltar dos Estados Unidos, onde fiz minha faculdade de música. Hoje eu já ganhei mais experiência. Acredito que tinha sido como um jogador de futebol: quando você é novo, você tem muito mais pique para correr, o que você vai perdendo a medida que fica mais velho. Mas, em compensação, você sabe mais como fazer a bola chegar mais rápido com menos esforço. Eu acredito que, na música, é tudo muito parecido. Você perde um pouco em velocidade, talvez em originalidade, mas ganha mais experiência e também em outros sentidos. Mas o “Dis’ritmia”, por exemplo, é um dos meus discos favoritos. Ele me serve de influência até hoje, inclusive para o “Sambazz”, que foi muito mais inspirado nele do que no meu último. Além disso, muita coisa mudou até pelo fato de eu ser pai – tanto na vida pessoa, como também na profissional. A mudança é meio natural: é como se o disco de 2000 fosse envelhecendo, se transformando um retrato do que eu sou agora.

O que te levou a divulgar o álbum "3.2" (2004) na internet?

Eu acredito muito na internet até hoje; para mim, ela é como uma “Direta Já” da nossa cultura. É uma libertação de uma ditadura cultural que a gente vive até hoje. A cultura de massa é muito dependente da televisão, o que é muito ruim. A Internet já é o contrário disso, é a visão do mundo, do Universo. Sempre acreditei nela como uma forma libertadora, então lancei o “3.2”, lançado exclusivamente na Internet – tanto é que eu mesmo só tenho essas músicas no meu Ipod. Eu acho que a indústria fonográfica ainda não apostou na internet como deveria apostar.

Quais foram os benefícios e malefícios dessa empreitada?

Apesar de ser uma forma de divulgação, há a questão da pirataria digital e da não remuneração dos compositores e dos músicos, que acabam sendo lesados.

Pretende usufruir desse meio novamente?

Agora, lançar um disco exclusivamente pela internet, eu não sei... Talvez daqui a um ano. Mas pensamos em algumas ações, por exemplo, disponibilizar algum material inédito. O disco novo terá uma ou duas faixas com download gratuito no site. Eu também vou manter um blog para ser uma extensão do livro [“Sambazz”], para responder perguntas, esclarecer dúvidas...

Você acredita que ter se lançado em carreira solo, deixando de lado o trabalho ao lado de Simony, trouxe maior visibilidade para a sua carreira?

Quando eu acabei com a Simony, eu não tinha essa visão, eu era apenas um adolescente. Não sabia se isso teria maior visibilidade ou não. Só fui atinar com a minha própria carreira depois da adolescência, quando passei inclusive a compor. Antes, tinha uma visão muito pura, de criança mesmo. Não foi algo planejado. Com a Simony [no “Balão Mágico”], eu era apenas uma criança. Mas essa fase infantil foi muito legal, o envolvimento com a música foi muito mágico.

Quais são as suas principais influências musicais?

Eu tenho um monte! Mas a principal influência vem da música brasileira, do samba. Não é a toa que só esse ano eu já lancei dois projetos com base no samba. Os ritmos de jazz e soul também fazem parte. No Brasil, Djavam, João Bosco, Tom Jobim, Elis Regina, meu pai Jair Rodrigues, Simonal. De fora, Michael Jackson, Steve Wonder...

Por ser filho do cantor Jair Rodrigues, você sentiu alguma dificuldade ou até mesmo facilidade para se lançar na carreira artística? De que forma?

Mais me facilitou do que complicou, até porque meu pai é muito querido, tem uma carreira sólida e é muito influente nesse meio. Mas não é bem assim. No começo da minha carreira, muita gente olhava com desconfiança. Não é porque você é filho de alguém de carreira bem sucedida que você não vai lutar por reconhecimento. Às vezes, e até mais difícil. Você precisa lutar para ser reconhecido.

2 comentários:

Anônimo disse...

Jaizinho vc em Garanhuns presentão pra nós garanhuenses e o FIG não
poderia terminar com figura mais carismática e linda ,show de bola,acabou agora seu show já to com saudadesss... parabéns bjbjbj em nome de todos pernambucanos aqui presentes que Deus te ilumine e q vc volte sempre.

Anônimo disse...

completando meu comentario vc é meu sonho de menina assista o balão magico só pra te ver bjbjbjbjbj


cleidinha - garanhuns nunca vai te esquecer voltaaa sempreeeeeee